Uma grande caixa d’água marca o início da chamada Vila Americana, em Belterra, no Pará, e a trajetória do MuCA. A estrutura foi a primeira a ser construída pela montadora Ford em 1934, que pretendia construir no país um polo industrial. O negócio foi abandonado em 1945 e a cidade deixada para trás. Ao assumir a concessão da região, a organização Ama Brasil, com o apoio do BNDES, está revitalizando as construções e estruturas da cidade histórica – tombadas pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN). A caixa d’água já se encontra em funcionamento e, hoje, abastece a população local.
O arquiteto responsável pelo projeto de revitalização do conjunto arquitetônico da cidade é o Arthur Casas, do Studio Arthur Casas. Em fase final de obra, a Casa 1, construída para o fundador da montadora Henry Ford, está sendo transformada no Centro da Cultura Alimentar Tapajônica, em parceria com a Casa do Saulo – restaurante premiado que oferece pratos com ingredientes da região assinados pelo chef Marc Saulo Jennings Simões. Ali será formada mão de obra empreendedora local e apresentada a diversidade da gastronomia da Amazônia.
Já a Casa 3 dará lugar a uma residência para hóspedes equipada com sala, cozinha, piscina e duas suítes. Haverá ainda um conjunto hoteleiro – tudo projetado pelo Studio Arthur Casas –, com hotel de 12 suítes, pousada de 6 suítes e bangalôs. A estrutura de hospedagem inclui ainda deques, bar, restaurante e área de convivência à beira do Rio Tapajós. Casas assina também o mobiliário e espaços de apoio, como a escola com foco em sustentabilidade, a vila administrativa e o auditório, com cadeiras especialmente concebidas para o local.
Com previsão de inauguração para outubro, o Museu de Ciência da Amazônia vai completar o legado arquitetônico, educativo e cultural de Vila Americana. O complexo tem estrutura projetada pelo arquiteto Gino Caldatto Barbosa e interiores assinados pelo Studio Arthur Casas.