MUSEU
O MuCA está situado em Belterra, no Pará, e ocupa a área da antiga Vila Americana. O conjunto arquitetônico da cidade está sendo revitalizado pelo Studio Arthur Casas, que assina também um hotel com 12 suítes, pousada com 6 suítes e um centro de convenção, que abrigará um ecossistema de negócios voltado ao ESG – batizado de “Vale do Silício da Bioeconomomia”.
A estrutura de hospedagem inclui deques, bar, restaurante e área de convivência à beira do Rio Tapajós. Arthur Casas desenhou ainda os interiores do MuCA – a estrutura arquitetônica é de Gino Caldatto Barbosa –, todo o mobiliário e espaços de apoio, como a escola com foco em sustentabilidade, a vila administrativa e o auditório, com cadeiras especialmente concebidas para o local.
O ambiente expositivo do MuCA foi concebido pelo arquiteto Marko Brajovic, do Atelier Marko Brajovic, responsável pela expografia da mostra Vida, a primeira do museu. A exposição apresenta os temas Biomimética, Zoologia, Bioativos, Plantas, Arqueologia e Biosfera combinando técnicas locais de construção, artesanato, grafismos e mobiliário indígena. Marko é autor também de nossa identidade visual e do ícone do MuCA, apelidado de pixel-sapinho.
Como parte da estrutura de apoio à atuação do MuCA está também o Centro da Cultura Alimentar Tapajônica em parceria com o premiado restaurante Casa do Saulo – que há mais de dez anos oferece receitas com ingredientes da região preparadas pelo chef Saulo Jennings Simões. O Centro funcionará em uma casa original da década de 1930 – também revitalizada pelo Studio Arthur Casas – e formará mão de obra empreendedora local, além de apresentar a diversidade gastronômica da Amazônia.
Coleções
O MuCA detém uma coleção natural de mais de 15 anos de coleta de espécies pelo Instituto Butantan apoiado pela Ama Brasil na Amazônia, um patrimônio biológico que estava sob a guarda da Universidade da Amazônia (Unama) e que deu subsídio para qualificação do MuCA como Museu pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus.
O acervo é composto ainda por dados coletados pelo programa Large-scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia (LBA), realizado pela NASA. Em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), as publicações desses dados serão disponibilizadas pelo museu para a compreensão dos impactos na biosfera causados pelas atividades do homem e seus desdobramentos na natureza e no patrimônio biológico.
O MuCA vai abrigar também o maior banco genético vivo do planeta – legado de importância imensurável para a ciência e saúde humana. Necessárias para a preservação da diversidade de plantas e frutas da Amazônia, sementes crioulas serão sequenciadas geneticamente para fins medicinais, consolidando uma das mais fundamentais estratégias para a prevenção de doenças e ataques ao sistema imunológico do homem.
Territórios de atuação do MuCA
Vila Americana
Nos anos 1934, a montadora americana Ford chegou à Vila Americana, em Belterra, no Pará, para instalar um polo industrial. Uma de suas primeiras ações foi a instalação da caixa d’água – um dos marcos da cidade que ainda hoje abastece a população local. Ali fica a sirene que servia para alertar o horário do expediente dos funcionários da montadora. A sirene segue tocando até hoje cinco vezes ao dia, mantendo viva a história e a tradição da cidade. Depois da caixa d’água, vieram a igreja, as vilas operárias e até uma casa feita para hospedar o fundador da montadora, Henry Ford. O conjunto foi abandonado pela Ford em 1945. Desde 2018, a área correspondente a Vila Americana está sob concessão da Ama Brasil que, em parceria com o BNDES, cuida da revitalização da estrutura existente de modo a adequar o complexo ao funcionamento do Museu de Ciência da Amazônia, o MuCA. O conjunto arquitetônico da Vila Americana está sendo revitalizado pelo Studio Arthur Casas.
Floresta Nacional dos Tapajós
Conhecida como Flona dos Tapajós, é uma Unidade de Conservação (UC) com mais de 500 mil hectares que abrange os municípios de Aveiro, Belterra, Placas e Rurópolis, no Baixo Tapajós no oeste do Pará. É a região com a maior biodiversidade do país e considerada o maior laboratório a céu aberto do planeta. Concentra uma variedade enorme de ecossistemas, como savanas, pântanos, várzeas e florestas tropicais. Será um dos territórios com as experiências turísticas e vivencias junto às comunidades tradicionais que o MuCA irá oferecer. A cobertura florestal da Flona conta com espécies predominantemente nativas. Na área é praticado o uso múltiplo dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável. A região se destaca também pelo turismo de observação e de cultura alimentar, oferecendo a experiência do convívio com uma cultura mística e cheia de riquezas.
Caranazal - Floresta Encantada
Será um importante local de visitação relacionado ao MuCA, localizado dentro do Lago Verde, cartão postal do Pará onde fica também a famosa “Ilha do Amor”. O propósito é retomar a conservação desse território, com o apoio da Prefeitura Municipal de Santarém, para que funcione ali uma “exposição a céu aberto do MuCA”. Com um ecossistema de mangue importantíssimo, esse Igapó (floresta antiga alagada) receberá exposições e intervenções de arte em meio à natureza para os visitantes de Alter do Chão.