BIOECONOMIA

O MuCA reconhece a intensificação da interdependência entre economia e ecossistemas naturais, buscando integrar essas forças e direcioná-las rumo a um objetivo comum: a produtividade aliada à preservação ambiental. 

Assim, a instituição coloca-se como um potente interlocutor entre agentes ligados a pesquisas e ensino, sustentabilidade e inovação industrial, contribuindo para o desenvolvimento da bioeconomia no Brasil.

Conceitualmente, a bioeconomia é um modelo de produção baseado no uso de recursos biológicos e que busca oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção e para a substituição de recursos fósseis e não renováveis. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), trata-se de um setor que movimenta globalmente cerca de 2 trilhões de euros e gera 22 milhões de empregos.

Estudos divulgados pela organização apontam que até 2030 a bioeconomia deve responder por 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) dos seus países membros, percentual que pode ser ainda maior em países com grande biodiversidade – como o Brasil – onde há mais de 100 mil espécies animais e cerca de 45 mil vegetais conhecidas.

Inovação e pesquisa

Em parceria com a Universidade federal do Oeste do Pará (UFOPA) e institutos de pesquisa parceiros, o MuCA irá desenvolver em seu Laboratório Avançado de Selva estudos com animais, plantas e microrganismos com alta relevância biológica para análise de alimentos, biocosméticos e fitofármacos florestais.

Hoje já são 100 componentes em estudos avançados que serão apresentados em fóruns, encontros e workshops realizados pelo MuCA. O intuito é atrair a indústria e concretizar uma relação sem precedentes com a iniciativa privada para o desenvolvimento sustentável de novas terapias e prevenções – direto da floresta para o consumidor com impactos sócio-ambientais positivos.

Indústria e negócios

O museu tem parceria com a Amyris Brasil, conglomerado americano sediado no Vale do Silício, com laboratório nacional. Focado no desenvolvimento de nutracêuticos, produtos de beleza e aromas naturais de alta eficiência e baixo impacto para o planeta, a multinacional vem apostando no potencial produtivo da Amazônia para o desenvolvimento de produtos.

Um exemplo é o óleo de hidratação para pele Esqualano, desenvolvido pela Biossance – marca pertencente ao grupo Amyris – a partir de plantas, possibilitando assim o combate à prática de extração do emoliente do fígado de tubarões e evitando o abate de dois milhões de animais dessa espécie por ano.

A Spirulina, desenvolvida pela MAD, é outro bom exemplo da atuação de empresas na floresta. A produção do suplemento protético antioxidante, anti-inflamatório e fortalecedor do sistema imune introduziu o conceito de agricultura regenerativa na Amazônia, permitindo a extração concomitante à recuperação do solo e à regeneração e manutenção de toda a cadeia de produção.