O Museu de Ciências da Amazônia esteve presente na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que aconteceu entre 31 de outubro a 12 de novembro de 2021 em Glasgow, na Escócia. O coordenador geral do museu, Luiz Felipe Moura, palestrou sobre produção florestal nas Unidades de Conservação (UCs) agregada à vigilância e sobre a implantação de serviços para criação da plataforma de crédito de CO2.
As Unidades de Conservação (UCs) existentes hoje no Brasil têm vocação para ir além da função de proteção que desempenham e atuarem como áreas voltadas à produção zero carbono de itens como super alimentos, biocosméticos e fármacos. São locais estratégicos para o social, provendo segurança alimentar para a população, e para o econômico, ampliando a abrangência das exportações de produtos florestais. Investir em conhecimento e na ciência é a forma mais assertiva de conquistarmos um futuro mais próspero, muito mais do que qualquer alternativa que venha da política tradicional e do aumento do gasto público. Permitir que os 20 milhões de pessoas que vivem nas florestas brasileiras hoje gerem sua própria riqueza é colocar o País na vanguarda agroflorestal.
O projeto piloto dessa ideia já existe, fruto de uma iniciativa entre o MuCA e o governo federal, com foco na produção de cúrcuma, gengibre e cacau. “Exigir demarcação de terra sem um bom plano sobre como utilizá-la para reduzir a desigualdade não resolve o problema. A população indígena também precisa poder gerar a própria riqueza e se emancipar, a partir de um novo modelo de sustentabilidade baseado na floresta”, explica Luiz Felipe Moura, coordenador geral do museu.
“As UCs têm como objetivo garantir a preservação da diversidade biológica e promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais, e os créditos de carbono foram criados para calcular a redução das emissões de gases do efeito estufa e seu valor de comercialização”, explica Luiz. “O MuCA se coloca como oportunidade única de consolidarmos o maior legado da humanidade para as próximas gerações, uma janela para os seres humanos se reconectarem com a natureza e uma porta para a indústria se lançar na era da bioeconomia”, completa.