Ministério do Meio Ambiente, órgãos ambientais e MuCA assinam acordo para ampliação do projeto Quintais Agroflorestais da Amazônia

A equipe do Museu de Ciência da Amazônia (MuCA) localizado em Belterra, no Pará, recebeu no dia 8 de julho o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o IBAMA e a Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais (SAS) para a assinatura do protocolo de intenções sobre a implantação do projeto Quintais Agroflorestais da Amazônia. Trata-se da ampliação e consolidação de um projeto piloto já em andamento baseado em bioeconomia e geração de renda para as comunidades locais. O evento acontece no auditório do MuCA, na Vila Americana de Belterra.
De maneira experimental e em parceria com o governo federal, o MuCA vem atuando junto a 1.200 famílias que habitam a Unidade de Conservação da Floresta Nacional (Flona) do Tapajós para que produzam insumos da biodiversidade como cacau, cúrcuma, cogumelos, plantas medicinais e microalgas. O projeto em andamento visa incentivar que as unidades de conservação possam ir além da função de proteção à natureza e contribuir com a produção zero carbono sustentável. A iniciativa foi apresentada na COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática), realizada em novembro em Glasgow, na Escócia.
“É uma atuação estratégica para o desenvolvimento social, provendo segurança alimentar para a população, e também para o econômico, ampliando a abrangência das exportações de produtos florestais”, afirma Luiz Felipe Moura, coordenador geral do MuCA e diretor de sustentabilidade e desenvolvimento social da AMA Brasil – organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) voltada à preservação do patrimônio histórico, artístico e ambiental atrelado ao desenvolvimento cultural e social.
Segundo Moura, os Quintais Agroflorestais são uma oportunidade para que as cerca de 20 milhões de pessoas que vivem nas florestas brasileiras possam gerar sua própria riqueza e colocar o país na vanguarda agroflorestal. “Exigir demarcação de terra sem um bom plano sobre como utilizá-la para reduzir a desigualdade não resolve o problema”, completa.No último dia 14 de junho, a equipe do MuCA já havia se reunido com membros do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e da Embrapa para garantir a segurança jurídica para a produção florestal. Na ocasião, foi assinado ainda um acordo entre a AMA Brasil com a Federação das Organizações e Comunidades Tradicionais da Floresta Nacional do Tapajós estabelecendo uma parceria na produção de bioinsumos para fornecimento para a indústria. “Da Amazônia, estamos liderando estudos com animais, plantas e microrganismos nativos e de alta relevância biológica para o desenvolvimento de alimentos, biocosméticos e fitofármacos”, afirma o coordenador geral do MuCA.